“Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.” (João 1:48)
Quanto tempo você gasta com a leitura e estudo das Escrituras? A resposta a esta pergunta deve estar sempre pronta e de forma positiva nos acompanhando. A qualidade do nosso relacionamento com Deus é diretamente proporcional ao tempo que passamos em sua dependência, ouvindo o que o ele nos tem a dizer e nós com toda a reverência e temor lhe colocamos nossas ansiedades e expressamos o nosso verdadeiro e legítimo louvor. É a bem-aventurança que o salmista nos recomenda ao dizer que felizes são os que meditam na Palavra de Deus dia e noite, pois assim demonstram seu prazer nela. Meditar (ditar para mim mesmo) é dizer para você mesmo e, para isso, você a lê e depois, ao longo, do tempo vai relembrando e dizendo para você mesmo o que o Senhor lhe fala pela sua Palavra.
A meditação é uma disciplina. Ninguém se tornará hábil nela se nunca a praticou. Não é um processo de esvaziamento da mente, ao contrário, é um enchimento das verdades da Palavra de Deus. É também uma ação do Espírito de Deus, confirmando sua própria Palavra em nós. O importante em tudo isso é você “gastar” um tempo para isso, “debaixo da árvore”. Os judeus eram ensinados a isso e parece que neste momento singelo, onde a criatura se expõe ao criador, Natanael levou diante de Deus algo que só ele e Deus saberiam. É nesse momento
íntimo onde nos abrimos diante de Deus e levamos a Ele tudo o que queremos ou pensamos. Não há segredos que possam ser mantidos. Fato é que Natanael se impressiona quando Jesus diz que o viu debaixo da figueira, pois foi lá que ele depositou diante de Deus, no seu momento a sós, algo que só ele e Deus saberiam. E agora ele estava diante de Deus.
Nós podemos arranjar as mais variadas desculpas para não ler ou estudar a Bíblia. Numa pesquisa que fiz com jovens, musicistas e candidatos a professores de escola bíblica, encontrei algumas delas: A Bíblia parece não ser relevante em minha vida; A Bíblia parece confusa e difícil de ser entendida – não sei como fazer com que faça sentido; Eu lia a bíblia e isso me fazia bem, mas, depois de algum tempo, não parecia ter o mesmo impacto, então, finalmente acabei desistindo; Tenho dúvidas quanto à confiabilidade da Bíblia; Não tenho tempo – Sou muito ocupado(a); Preguiça/relaxo/negligência/cansaço; Disciplina; Prioridade; Sinto-me culpado(a) quando leio a Bíblia. Há muito mais que isso, mas todas elas revelam nosso caráter e a importância que damos à Bíblia como Palavra infalível, inspirada e regra de fé e prática.
Um olhar especial precisa ser dado a isto, não só porque devemos dar resposta a quem questionar a razão da nossa fé, mas porque é o meio dado por Deus para que o ouçamos de forma clara, concisa e precisa. É através das Escrituras que Deus escolheu de nos falar, pois elas revelam seu Filho Unigênito, o Salvador e Senhor Jesus Cristo. Dos motivos para não estudar, podem ser dados vários motivos opostos, a favor do porquê estudar: porque é
essencial para nosso crescimento (I Pe 2:2); porque é essencial para obter a maturidade espiritual (Hb 5:11-14); porque ela é útil para a eficácia espiritual (II Tm 3:16-17), etc.
Natanael descobriu por si mesmo que uma conversa com Deus é respondida quando se tem um encontro Cristo. Ele não só sabe o que precisamos, mas quer que tenhamos momentos prazerosos em sua presença. A hora tranquila (quiet time) é nosso momento a sós, onde sem rodeios e intermediários mantemos uma conversa franca e necessária para nosso próprio desenvolvimento. Não usar desse recurso é perder o tempo que Deus nos dá.