“Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê.” (João 1:46)
Uma das coisas que tenho pensado nos evangelhos é “os encontros de Jesus” com algumas pessoas. Esses encontros são surpreendentes, inesperados e transformadores. Na nossa caminhada não é difícil termos encontros com pessoas que nos marcam. Alguns são bons, outros ruins, encantadores, dialéticos, alertadores, amigáveis, perturbadores, e por aí vai. Mas, de todos esses encontros, deve ter um que mais nos marca, pois revela quem de fato somos, o que pensamos ou sentimos.
Pois bem, este foi o tipo de encontro que Natanael teve com Jesus: inesperado! Para Natanael, como a maioria de nós, a origem de uma pessoa, de onde ela vem, é o elemento essencial que determina quem a pessoa é. Isso pode parecer exagero, mas não é, pois constantemente nos vemos em situações em que o contexto social, político, econômico (ou outro qualquer!) pode afetar a maneira como vemos as pessoas.
Para Natanael, considerando a procedência desse Jesus, Ele não deveria ser grande coisa. Parece que estamos fadados ao exagero preconceituoso, que marca nossa existência e nos subjuga a relacionamentos capengas e menos aproveitáveis do que deveria ser! Natanael não tinha a mínima noção de quem ele encontraria. Graças a Deus que sempre Ele dá o primeiro passo para que um encontro seja feito com Ele mesmo, pois do contrário nos furtaríamos a relacionamentos pífios e desinteressantes, pois acredito que um encontro com Ele muda também a forma que encaramos nossos encontros com nossos semelhantes (pelo menos deveria!).
Num encontro pessoal com o Senhor Jesus, Ele mesmo se encarrega de nos impressionar com sua presença, com quem Ele é. Normalmente esse é um encontro apaixonante, pois nos sentimos atraídos de forma que queremos a sua presença sempre ali, pertinho. Talvez seja por isso, que a expressão “retorno ao primeiro amor” tenha tanto significado! Nesse encontro ficamos impressionados com detalhes que podem ofuscar a beleza do relacionamento que começa aflorar e nos impede de vermos que podemos ter mais do que de fato imaginamos. Com o Senhor é assim, não tem contigenciamento, mas Ele se entrega por completo!
Isso tem me levado a pensar: que tipo de relacionamento as pessoas (nós!) têm com o Senhor Jesus que não conseguem se impressionar e nem convidar outros à mesma coisa? Esse encontro, dentre muitas coisas, também é sugestivo, pois nos alerta que devemos anunciar a outros o que “vimos, ouvimos e nossas mãos apalpam” (I Jo 1:1-4). Como nosso encontro com o Senhor Jesus modelou minha vida, é algo que precisamos pensar seriamente, pois deste encontro vem nosso desejo de usufruir cada vez mais do Mestre e leva-nos a sempre proclamar, para quem quer que seja: Vem e vê!