Os jovens batistas da Geração Z possuem um potencial missionário e transformador expressivo. Sua fluência digital, combinada com o desejo por autenticidade e justiça, pode renovar a prática e a missão da igreja. Mais do que consumidores de conteúdo, esses jovens podem ser criadores de espaços digitais de fé, acessíveis e autênticos. Como escreveu N.T. Wright (2007): “A missão da igreja não é apenas salvar almas para o céu, mas também trazer o Reino de Deus à terra, agindo por justiça e transformação no presente”.
Esse chamado redefine o papel dos jovens batistas: eles são agentes do Reino em seus contextos. A fé que professam precisa gerar ações concretas de justiça, bondade e amor. A educação cristã precisa ser formadora de consciência missionária integral. Isso implica estudar as parábolas de Jesus e aplicá-las à realidade atual: racismo, pobreza, política, exclusão e meio ambiente. A fé é profética e responsiva.
A juventude, segundo Farias (2019), “busca instituições que reflitam seus valores e demonstrem compromisso genuíno com a transformação da realidade”. Isso não é moda ou ativismo vazio: é sede por uma fé coerente. Bonhoeffer também alerta: “Graça barata é a pregação do perdão sem exigir arrependimento… é graça sem discipulado”. Jovens precisam ser desafiados a um cristianismo profundo, que não fuja do sofrimento, nem simplifique o evangelho.
A teologia batista, ao valorizar a autonomia e o sacerdócio universal, oferece oportunidades concretas de protagonismo. Jovens podem liderar ministérios, plantar igrejas, servir com criatividade. Timóteo e Tito foram jovens pastores que receberam de Paulo exortações sérias: “[…] prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, […]” (2Tm 4.2); “Que a tua conduta seja exemplar em tudo; […]” (Tt 2.7). A liderança jovem é bíblica, urgente e necessária.
As celebrações da juventude promovidas pela Convenção Batista devem ser mais que eventos: devem ser espaços formativos, que inspirem, ouçam e mobilizem os jovens para uma espiritualidade encarnada.
Finalmente, Mateus 5.16 nos orienta: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu”. A luz da juventude batista precisa ser acesa e refletida com coragem, criatividade e santidade. A educação cristã é o instrumento para tal formação.
Bibliografia:
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. São Leopoldo: Sinodal, 2004.
FARIAS, Lúcia. Juventude Brasileira e Religião. Religião & Sociedade, v. 39, n. 1, p. 75-92, 2019.
KELLER, Timothy. A Fé na Era do Ceticismo. São Paulo: Vida Nova, 2009.
WRIGHT, N. T. Surpreendido pela Esperança. São Paulo: Ultimato, 2007.
Bíblia Sagrada. Versões NAA e Almeida Século 21.