O Educador Cristão não é apenas o guardião das metodologias do ensino, não é apenas aquele que conhece doutrinas e liturgias de celebrações, não é apenas aquele que programa as festividades da igreja, o educador cristão é muito mais do que isso. É aquele que conduz o aprendente no relacionamento com Deus, algo que está acima de informações e conteúdo. Ele orienta os professores da igreja e os capacita para estarem lado a lado com os aprendentes, transmitindo sim saberes, mas, acima de tudo transmitindo vida, principalmente aqueles que tem o coração ensinável e querem não somente se relacionar com Deus, mas, serem transformados pelo poder da Palavra que será ensinada, e, acima de tudo serem obedientes no cumprimento dessa Palavra.
Pensando em cumprimento da Palavra, volto-me para a Grande Comissão, que diz: “Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; 20 ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mateus 28.19,20). Pois bem, para cumprirmos de fato a Grande Comissão, precisamos fazer discípulos de “todas” as nações e ensiná-los “todas” as coisas.
A igreja exerce uma ação pedagógica e política por meio de seus membros em todas as atividades que realiza, onde houver necessidade de ensino, a educação cristã se fará presente. E uma das áreas que requer urgência da permanência e participação do educador cristão na igreja é a área da INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PcD). Pois, para cumprir a Grande Comissão, precisamos alcançar essa parcela da sociedade que é invisível. São mais de 45 milhões de deficientes no Brasil, segundo o Censo de 2010 (IBGE), e essas pessoas não estão em nossas igrejas e provavelmente nunca ouviram falar de Jesus. Por isso, o educador cristão precisa conhecer as diversas deficiências, suas necessidades e a cosmovisão do deficiente.
Cabe ao educador, envolver as igrejas com a inclusão, através de informações que conduzam a uma conscientização e desejo de acolher e incluir os PcD na igreja. Após esse desejo de inclusão, começa mais uma tarefa do Educador, buscar pessoas para capacitar membros da igreja que receberam o chamado para desenvolver esse ministério, que, após iniciar, será para sempre, até a volta de Jesus, pois um trabalho como esse, nunca poderá fechar as portas e abandonar as pessoas que estão sendo assistidas pela igreja.
O educador também irá orientar os líderes da igreja sobre as necessidades de acessibilidade, arquitetônica e comunicacional, bem como instruir os membros a respeito da acessibilidade atitudinal, pois dela dependerá a conscientização de cada membro e é exatamente, a atitude de indiferença ou preconceito dos membros da igreja que fará com que um PcD desista de participar.
O educador cristão, portanto, tem uma longa missão pela frente, pois a igreja é um organismo vivo e sempre pessoas que irão chegar, precisarão de informações sobre inclusão de PcD para se envolverem nesse ministério, bem como não atrapalhar no trabalho que a igreja já está desenvolvendo.
Educadores Cristãos, vamos cumprir a missão!
Referências:
DEMO, Pedro. Professor do futuro e reconstrução do conhecimento. Rio de janeiro: Vozes, 2004.
IBGE 2010 https://inclusao.enap.gov.br/wp-content/uploads/2018/05/cartilha-censo-2010-pessoas-com-deficienciareduzido-original-eleitoral.pdf