“Só ensina quem aprende”. Apesar de parecer uma verdade unânime, fato é que muitos querem ensinar sem aprender. A Igreja de Cristo – um organismo vivo e educacional – deveria tomar para si com crescente responsabilidade a missão de ser SAL e LUZ onde estiver, temperando a sociedade e trazendo a verdadeira Luz aos “alunos” – os “sem luz” não parece disposta a aprender. Portanto, como ensinar?
O grave problema é que, embora tenhamos a credencial de ENSINAR o jeito de viver ao mundo sem Cristo, passamos a nos acomodar no pouco: Não estudamos a Bíblia. Não temos o que dizer. Dizemos de nós, quando deveríamos dizer de Cristo. Tudo errado… Seguimos cedendo às distrações de temas que nos dividem, enfraquecem e nos fazem alvo de chacota. Como “geração eleita, povo adquirido”, deveríamos estar afiados dentro da Palavra para dizermos da “razão da esperança que há dentro de nós”, mas… continuamos a mostrar, um resultado pobre, abaixo do esperado e do desejável, quando se trata de aprender para ensinar as coisas de Deus.
Vamos pensar juntos sobre aprender para ensinar?
- Aprender para ensinar é abrir o coração para a comunicação e para as relações com tranquilidade. Os professores e professoras sabem muito bem o quanto recebem todos os dias em sala de aula. A troca, as dúvidas, a bagagem, as experiências não são via de mão única: é por isso que temos ouvido muito o termo ensino-aprendizagem que, nada mais é que o acolhimento e compartilhamento de saberes. Significa que, uma avó ensina ao neto, mas o neto também tem o que ensinar à avó. Os tempos tecnológicos deixam claro que a nova geração dá um banho nos mais experientes quando o assunto é internet, celular, jogos e tudo mais, não é?
- Aprender para ensinar é reconhecer sua identidade, sua inteligência e a identidade e inteligência do outro. Quando entendemos a riqueza de sermos Corpo de Cristo, com dons e propósito diversos e complementares, damos um salto de qualidade na vida cristã e, então, aprender para ensinar fica bem mais resolvido dentro da mente e do coração. Somos membros uns dos outros e, nossa força, está em reconhecermos que nossas fraquezas e limitações estarão amparadas pelo outro. Que bonito é essa comunhão, quando ajustada! O que, o cientista Gardner chamou de Inteligências Múltiplas, a Bíblia já ensina faz muito tempo. Será que já aprendemos?
- Aprender para ensinar é um exercício constante. Nossa natureza tem a tendência de se acomodar na “Síndrome de Gabriela” (eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim…), mas a Bíblia propõe a renovação da mente para que experimentemos a “boa, perfeita e agradável” vontade de Deus. Nunca é tarde para estudar, para ampliar o que já conhece, para ter mais sabedoria, sobretudo quando ela vem do Pai das Luzes.
“Ah! Quanto amo a tua lei…”, disse o salmista.
Podemos fazer coro com ele?
Aprender para ensinar nos coloca, inevitavelmente, prostrados diante do trino Deus, reconhecendo que, sem o Espírito Santo nos inflamando em poder e submissão, nossa luz não terá o brilho que pode ter. Nosso sal, salgará menos do que pode salgar. Salvar. Discipular. Ministrar. Tocar. Fazer. Orar. Abençoar. Adorar. Ser.
Vivamos perseguindo o desejo de aprender para ensinar. Os céus se abrem para quem se dispõe a ouvir e a obedecer a voz do Mestre.
Mônica Coropos (MM)
Educadora Cristã da Primeira Igreja Batista do Mesquita