“O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim. Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:29,30)
O País passa por um processo de transição longo, penoso e difícil! A ânsia por poder, domínio, controle é pungente na nossa estrutura política. Aliás, isso não é uma prerrogativa desse meio, pois vemos isso em várias ocasiões e lugares! Mas, por que continuamente, inclusive, no ambiente religioso, as pessoas desejam afirmar um direito de posse? Com certeza não se tem uma resposta fácil!
Já conheci pessoas que no seu ideário estavam construindo, pelo que faziam, um desejo de cuidado para com a Igreja do Senhor. Não é difícil encontrarmos aqueles que gostam daquele banco específico (e que ninguém sente lá!); de famílias “fundadoras” que se consideram como essenciais, sem as quais aquela igreja não funcionaria; de diáconos, presbíteros ou pastores que devido ao tempo sentem-se “donos do pedaço”.
Mas tudo isso só nos mostra o quanto somos frágeis na nossa caminhada, pois o momento de uma transição chega! Já passei por alguns processos de transição nas igrejas das quais fiz parte e mais uma vez está acontecendo. Como anteriormente, uma mistura de ansiedade, cuidado, preocupação aflora. Mas, pensando sobre isto, deparo-me com o texto acima e parece que “caiu a ficha”. A igreja do Senhor não me pertence! Eu não sou o noivo! Quem cuida da Sua
igreja é o próprio Senhor. Ele a alimenta, nutre e distribui dele mesmo o Seu Espírito para que o trabalho seja feito, para que haja continuidade. Neste sentido, apesar de parecer justo a mistura ansiedade-cuidado-preocupação, ela deve dar lugar a algo mais sólido, a dependência!
Mas, dependência não é deixar de fazer o que tem de ser feito! É, no entanto, saber que há um limite do que eu posso fazer e que se o Espírito Santo não estiver presente nisso, posso pôr tudo a perder! A igreja é do Senhor e só o prazer de participar dela, como amigo, que se encanta com a presença do noivo, que faz tudo para alegrar o noivo, deve ser motivo de grande alegria!
Pensar a partir desta perspectiva, acredito, nos ajuda a chegar à conclusão de que “convém que ele cresça e que eu diminua”. Não há espaço para auto exposição, autoproclamação ou auto manifestação de arremedo de um poder que não tenho, mas sim para uma dependência que leva a quietude e a certeza de que o Senhor mesmo vai levar tudo a cabo da maneira como lhe convier. É o Senhor quem providencia os meios e as pessoas! O que me resta, então?
Confiar! (Por que fazer isto não é tão simples quanto escrever?!!)