“O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.” (João 1:10)
Uma das questões que tem mexido com o meio científico é de como explicar os padrões estabelecidos na criação observável. Tem coisas muito bem estabelecidas que não podem ser atribuídas ao acaso, mas a um criador inteligente. Sim, um criador altamente inteligente que criou padrões, firmou regras, estabeleceu limites e formas com as quais convivemos. De tudo o que se vê e se comprova, em especial o ser humano, não é possível um ambiente que se desenvolveu sozinho, ao acaso, pois não há tempo para isso, não há probabilidade factível, não
há elos evolutivos entre espécies, e por aí vai. Só há uma mente criadora ordenando o mundo visível e invisível, material e imaterial.
Muitos anos antes do Logos ser apresentado por João no evangelho, houveram gregos que também usavam esta palavra para indicar um planejador divino que governava todo o universo, embora com alguma diferença do que João apresenta na pessoa de Jesus. Mas, antes mesmo dos gregos, os judeus já criam no Deus criador de todas as coisas, que estabeleceu não somente a ordem no universo quando o criou, mas formou um povo para demonstrar sua glória. Assim, a ideia de um Deus criador de todas as coisas não era estranha a João e ele não
quer que seja a seus leitores, daí ele apresenta de forma clara quem era esse criador.
Não é incomum vermos uma obra exposta e se não conhecemos quem a fez, mesmo que ele esteja de nosso lado, não damos a honra devida ao criador. João está dizendo que o criador esteve no mundo, junto deles, caminhou com eles, comeu com eles, dialogou com eles, mas simplesmente não se teve conhecimento dele. O autor da obra estava na sua própria exposição, mas não lhe deram a honra devida. Mas não apenas isto, fizeram pior, não
reconhecendo o Criador da obra, o desprezaram e atribuíram sua obra a outro (“Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada”, Mt 12:31).
Para o apóstolo Paulo o mundo criado era a vitrine no Criador, sendo toda a criação a própria manifestação do Criador. O mundo não conheceu o criador, antes anulou seu pensamento em relação ao criador, atribuiu a obra criada a outro e, por conta disso, tornou-se, ela própria, condenada. A situação é de completa loucura e, por essa escolha, Deus entrega o ser humano a seu próprio destino, aos seus próprios desejos, que o levam à destruição (Rm 1). Desde a queda, o ser humano distanciou-se do Criador e não lhe deu o crédito devido pela sua criação.
Não se reconheceu o Designer do universo, aquele que lançou os fundamentos da criação e que os sustenta por sua Palavra (Hb 1). “…Aquele que era, que é e que há de vir…. digno, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.” (Ap 4:8, 11).
Jesus é o Designer inteligente que criou o universo material e imaterial. Que estabeleceu seus fundamentos, suas regras e que o mantém por meio do seu poder. Para João, o Verbo (Logos), o poder criador, estava no mundo. Ele usa o pretérito imperfeito do verbo estar (estava) para designar o modo de relação do Verbo com sua criação. O Verbo da vida fez uma ação no passado, mas ainda continua fazendo, ainda não acabou. Ele não abandonou sua criação, mas se importa com ela e ainda se manifesta através dela e para ela. Ainda há tempo de conhecer e
glorificar o Designer do universo, ainda há tempo de glorificá-lo, ainda há tempo para aceitá-lo. Ele pode ser visto por aí, pelos atos de suas criaturas (Mt 5). Jesus é o Designer inteligente.