“Disse-lhes, pois, Jesus: O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente.” (João 7:6)
O tempo parece estar passando mais rápido! As vinte e quatro horas que cada um de nós recebe, à medida da nossa preocupação, vão se transformando em vinte e três ou menos horas. Mas esta parece ser uma característica perceptível para todos, principalmente para esta geração que quer tudo à mão, neste mesmo momento, agora!
Jesus após quase um ano que iniciara seu ministério encontra-se na Galileia esperando o momento certo para o que devia fazer. Por todo o capítulo sete do Evangelho de João, permeia a ideia de tempo. Diferente de nós, o Senhor Jesus tem a percepção do momento certo em que as coisas devem acontecer. Na verdade, Ele tem o controle da situação e do momento, não permitindo que sua agenda seja alterada pelas circunstâncias.
Seus irmãos, não tendo esta mesma percepção, além de, como nos revela o evangelista, não crerem nEle, estão preocupados com o cumprimento do que eles mesmo já haviam planejado. Mas nosso Senhor sabe o que o espera e não está disposto a antecipar por conta da percepção errada de alguém. O que seus irmãos esperavam é que Ele se manifestasse publicamente a todos, especialmente em Jerusalém. Eles já haviam presenciado muito do que Ele poderia fazer e em suas mentes não cabia a perda de tempo que percebiam, então declaram: “Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo”. Aí Jesus faz uma declaração surpreendente: “A minha hora ainda não chegou, mas para vocês qualquer hora serve”. Mas que hora é essa?
Jesus já várias vezes havia rejeitado um arremedo de glória que seria apenas momentâneo e passageiro. Ele já fizera isso na tentação no deserto, no primeiro milagre, na multiplicação dos pães e na cura de um homem no sábado, aliás este episódio é referido neste capítulo como sendo o motivo pelo qual os líderes judeus queriam matá-lo. No entanto, Jesus sabe que deve esperar para que no devido tempo ele seja glorificado (“e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17:5)).
Por outro lado, Ele também sabia que a hora de sua morte ainda não chegara e que Ele deveria aguardar o momento certo. Ir a Jerusalém ou expor-se inadequadamente poderia lhe custar a vida. Neste aspecto é interessante Sua afirmação de que ninguém pode lhe tirar a vida, mas Ele mesmo a dá. Ele fez um sacrifício voluntário, substitutivo, vicário, para que não sofrêssemos a pena da culpa pelo pecado que carregamos. Mas isso deveria acontecer no momento certo, quando Ele poderia dizer “Está consumado!” (Jo 19:30). Parece que temos muito a aprender sobre “tempo”. Mas eis aqui o nosso exemplo. Não existe nada que Ele não saiba, inclusive o tempo certo de cada coisa. Ele não nos abandonou à nossa própria sorte. Viver entre o “já e o ainda não” é apenas uma “Questão de Tempo”!