“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1:11)
O que fazer antes de que aconteça um fato trágico, quando o mesmo já foi anunciado? Não é conveniente tomar antecipadamente algumas precauções? A resposta…, é claro que é ´sim`! Agora, o que fazer quando o que foi anunciado demorou muito a acontecer? O tempo foi passando, tudo foi se silenciando e a tendência foi acostumar-se com a rotina. Esqueceu-se de vigiar! Não se percebeu os sinais que foram mostrados, uma medida que poderia ser adotada, um recomeço que seria devido, uma fala que poderia ser reconsiderada, uma ação que
poderia ter sofrido uma reação (ou não!), mas o fato é que se se demora muito corre-se o risco de descansar e quando a tragédia vem não se consegue fazer muita coisa. Isso parece uma ideia abrangente em sua aplicação e temos provas dela!
O anúncio da vinda do Verbo da Vida já havia sido feito há muito tempo, assim como a sua iminente rejeição. O profeta Isaías usando de uma parábola cerca de 600 anos antes da vinda de Jesus, dá uma dica importante da relação entre o Israel de Deus e seu próprio filho que viria (Is 5). A aplicação desta parábola é feita pelo próprio Senhor Jesus num de seus discursos (Mt 21:33-46). Quem ouviu não teve dúvida da aplicação feita e sobre quem Jesus estava falando. Mas o povo estava acostumado com a própria vida que levava, os líderes já haviam esquecido o que eles deveriam ensinar e crer, de modo que também não aceitaram o cumprimento da promessa da vinda do Filho de Deus e ainda deram cabo dele. A tragédia foi anunciada, mas as medidas não foram tomadas.
Agora João anos depois faz o relato do que não se percebeu com clareza na época: “veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. Deus havia constituído para si uma vinha, cuidou dela e deu-lhe toda a subsistência. Com o passar do tempo, esta vinha achou-se autossuficiente e abandonou quem a sustentava. Ela foi avisada várias vezes da tragédia que estava em curso, mas pela sua arrogância, fruto de uma vida pecaminosa, não quis dar ouvidos e deu cabo dos emissários. Como sinal de amor e misericórdia o viticultor envia seu próprio Filho, mas ao invés de o receberem ele é rejeitado. A vinha não cumpriu o seu papel, não somente em relação a si mesma, mas também em relação a quem lhe circundava.
João depois de vários anos quer deixar claro que a tragédia foi estabelecida – rejeitaram a Videira verdadeira (Jo 15). A vinha por não ter cumprido seu papel será desolada, não será mais cuidada. A Videira rejeitada, por outro lado, será o único meio de se chegar ao agricultor. Ela alimentará todos os ramos e dará todo o sustento necessário. Embora rejeitada pelos seus, a Videira, não rejeita os que são nela enxertados. E estes são alimentados para que produzam mais frutos. Os que são enxertados, você e eu, somos os que apesar da tragédia em curso são cuidados pelo Senhor da Vinha. Na linguagem do apóstolo Paulo não fomos enxertados porque
somos de boa estirpe, pois somos oliveira brava, e quem é enxertado é somente pela misericórdia de Deus, o qual a dispensa para quem ele mesmo quer.
A tragédia foi anunciada e embora tenha demorado a se concretizar, João a relata como fato consumado. O Verbo da Vida, a Videira Verdadeira, veio e foi rejeitada por muitos. A rejeição ainda continua e vai perdurar até que ele venha uma segunda vez. Por isso, a tragédia está em curso e a penalidade que advém disso é sentida e vivida por todos nós. Aceitar o Verbo da Vida é a única solução para se escapar do futuro sofrível e reservado para aqueles que rejeitaram o Filho de Deus. A rejeição se dá de várias formas, inclusive aquelas mais simples e que são desprezadas por serem consideradas insignificantes. Você já parou para pensar nisso?