“a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” (João 17:21-23)
A palavra Trindade não está expressamente escrita na Bíblia, mas está implícita nela toda. Há uma unidade mantida entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que apesar da distinção de pessoas, significa que há somente um único Deus. Não são três deuses, mas um único Deus. Jesus em sua oração chama a atenção para isso e ainda inclui uma unidade que existe entre ele mesmo e seus discípulos, que ali representam também a igreja.
O entendimento e conhecimento desta unidade é uma prova do amor de Deus por seu povo. A igreja do Senhor, e aqui me refiro não a uma denominação em si mas ao que se chama de igreja invisível, espalhada por todos os lugares, mantém uma união com Cristo através de seu Espírito. Somos uma diversidade, mas ao mesmo tempo uma unidade. Temos um único objetivo e o realizamos de maneiras diferentes. Cada um do seu próprio modo, sem crises ou neuras (pelo menos acho que deveria ser assim!).
Em Cristo há uma comunidade estabelecida em meio à diversidade de cor, raça, pensamentos, ações, etc., não somos uma caixinha uniforme, mas, no entanto, ligados por um só Espírito, com um só Senhor e uma só fé. Jesus diz que a relação entre Pai e Filho é o que estabelece a perfeição dessa unidade. Embora não sejamos perfeitos ainda, o Espírito Santo, para a própria existência dessa unidade, já quebrou as barreiras que nos separam e tornou esta unidade possível. Graças a Deus que não depende de mim ou de você essencialmente, pois devido à
imperfeição que ainda reina em nós, temos a tendência de separar ao invés de unir.
A unidade estabelecida pelo Espírito Santo é uma prova da permanência da própria igreja. Embora a igreja tenha sofrido as mais diversas atrocidades, sofra e continuará a sofrer, ela é mantida pelo próprio Senhor da igreja. Não confiamos em ninguém mais para sua manutenção e existência. Jesus ora por aquela pequena igreja formada por seus discípulos, mas, numa certeza futura, extrapola no tempo e nos alcança hoje e continuará alcançando todos aqueles que ainda serão salvos, até que ele venha para reunir todos em um só corpo, a fim de que habitem em um só lugar. Este é um ponto chave de entendimento e glorificação, pois o Senhor Jesus, em sua presciência nos inclui, e tantos quantos ainda vierem, em seus planos.
Embora eu acima tenha me referido que essencialmente a unidade não dependa de mim e de você, existe uma dependência específica minha e sua. Há um trabalho interno pelo Espírito Santo, mas há uma manifestação externa nossa. Somos participantes na construção desta unidade. A diversidade do corpo é alinhada pelo desejo de servimos uns aos outros, de considerar os mais fracos, de abraçar o necessitado, de ser menos eu e mais o outro, de dizer como João Batista, que Ele cresça e que eu diminua. Veja que essa não é uma tarefa fácil, pois
manter a ‘estrutura organizacional’ da igreja é muitas vezes mais importante do que o corpo espiritual que a constitui. Eis um grande desafio, sermos dia a dia aperfeiçoados na unidade, isso no que depende de nós, para que o Senhor da igreja seja glorificado, pois ao que cabe ao Espírito Santo, ele já o faz dia a dia. Portanto, naquilo que nos cabe sigamos a paz com todos e a santificação, pois sem esta não veremos o Senhor da unidade.